
Celso Frateschi numa cena do primeiro episódio de "José do Egito"
Alvo de investimento da ordem de R$ 23 milhões, “José do Egito” segue com a tradição da Record de exibir uma minissérie bíblica todo começo de ano. Com elenco numeroso, a produção teve cenas rodadas no Chile e no Egito e ergueu uma grande cidade cenográfica no RecNov, no Rio de Janeiro. Gravada sob a batuta de Alexandre Avancini na direção, a trama mostra inegáveis melhorias em quesitos técnicos: fotografia interessante, filtro de imagem acertado, iluminação extremamente superior aos outros folhetins da casa. Comparada a predecessores como “A História de Ester”, “José” dá um banho. Abusa de planos longos, utiliza a grua e o travelling com maior segurança – e de maneira menos viciada – que em outra produções inspiradas em histórias da Bíblia.
Dito isso e reconhecidos os méritos de Avancini, a emissora parece ter esquecido que um bom folhetim não se baseia apenas em qualidade técnica de primeira. Há que se ter bom texto e, acima de tudo, boas interpretações. No primeiro quesito, existe um problema. O roteiro de Vivian de Oliveira abusa do didatismo e da redundância. Apesar da acertada decisão de fazer com que os diálogos sejam ditos de maneira coloquial, longe da linguagem rebuscada, houve mais explicação e reiteração que o recomendável. Da mesma maneira, parte do elenco não se mostrou tão confortável em seus papéis quanto se imaginava. O jovem Paulo Nigro, por exemplo, pode ser citado como um dos que acabaram por prejudicar seu personagem numa atuação fraca.
Entre os destaques do primeiro episódio, já pode-se apontar os trabalhos de Marcela Barroso, Caio Junqueira e Ricky Tavares, que dá vida ao protagonista na fase jovem. O mocinho, aliás, ficou em segundo plano no começo da história, um equívoco dos grandes. Diná (Marcela Barroso) de fato tem uma história forte, mas acabou por roubar toda a cena nesse começo de minissérie.
No quesito audiência, a produção manteve a marca de suas antecessoras e garantiu a vice-liderança. De acordo com dados do Ibope, “José do Egito” registrou 13 pontos de média, com pico de 14. Ficou atrás da Globo, que obteve 19 pontos na mesma faixa, com o futebol.
Compare a audiência da estreia de “José do Egito” com a das outras minisséries bíblicas da Record:
“José do Egito” – 13 pontos, com pico de 14
“Rei Davi” – 12 pontos, com pico de 14
“Sansão e Dalila” – 13 pontos, com de 15
“A História de Ester” – 12 pontos, com pico de 14
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