Em homenagem ao último capítulo de “Passione”, que vai ao nesta sexta-feira, a coluna resolveu listar os altos e baixos da novela das oito.

"Dio, santo! Ma che sotaque!"
1) O protagonista – Há tempos a TV brasileira não via um protagonista tão bobo quanto Totó (Tony Ramos). Avisado pela família, resolveu insistir num relacionamento com a vilã da trama, que tentou matá-lo de toda maneira: num incêndio, com um tiro no peito… E o pior de tudo: mesmo vendo a danada na cadeia ele ainda a perdoou!
2) O sotaque – Olha, alguém precisa avisar à Globo: chega de escalar Tony Ramos para personagens de outros países. Sério, alguém mais aguenta ver o ator se desdobrando para falar com sotaque esquisito? Já falou espanhol em “As Filhas da Mãe”, grego em “Belíssima”, agora um italiano… Já deu, mais do que suficiente.

"Eu tenho um problema, Seu dotô..."
3) O segredo mal revelado – O tão falado segredo de Gerson (Marcelo Antony) não empolgou ninguém. Até agora deve ter um monte de espectadores se perguntando o que, afinal, é “sexo sujo”. Eu até falaria, mas essa coluna é de família. Aos curiosos, procurem no Google por “scat”. O que me leva a uma outra questão: beijo gay não pode, mas um tema bem pouco higiênico – e pesadíssimo – como esse tá liberado, Globo? Entendi não.
4) As mocinhas – Vamos combinar, “Passione” errou bastante nesse quesito. Enquanto Diana (Carolina Dieckmann) foi rejeitada pelo público por ser independente – e um pouco interesseira, é preciso dizer – Melina (Mayana Moura) era absolutamente desequilibrada. A moça do cabelinho de playmobil deveria ter passado boa parte da trama em tratamento psiquiátrico! Mocinha mesmo acabou sendo a vilã Clara. Por conta da carinha de anjo de Mariana Ximenes, o público insistia para que ela ficasse boa. Mas nada a ver: Mariana roubou a cena no folhetim.
5) As idades – A gente ama Cleyde Yáconis e Fernanda Montenegro, mas não para engolir que Cleyde, que tem apenas seis anos a mais que Fernanda, tenha ganhado o papel de sogra dela, como se fosse muito mais velha!

As rainhas do lixo e do luxo
6) As divas – Ainda sobre as atrizes, se houve um acerto nessa novela foi escalar Fernanda Montenegro e Cleyde Yáconis. Ambas deram um show de interpretação e Cleyde mostrou bravura. Mesmo depois de quebrar o fêmur voltou ao trabalho com todo o gás e dignidade. O elogio se estende ainda a Aracy Balabanian, divertidíssima como a ranzinza Gemma, e Irene Ravache, que simplesmente arrasou como Clô. A coluna as aplaude de pé.
7) A devoradora de homens – Há tempos Maitê Proença precisava de um personagem do tamanho de seu talento. Linda e loira, a atriz arrebatou o país com as escapadelas de Stela no começo da trama com outros garotões. O divertido jogo de sedução, no entanto, acabou. E ela foi enfiada na disputa por Agnello (Daniel de Oliveira) com a filha e no drama de Danilo (Cauã Reymond) com as drogas. Acho que preferia antes.
8 ) Otabol – Jura que ninguém na metalúrgica Gouveia percebeu que a Otabol significava Lobato, nome do pai do Fred (Reynaldo Gianecchini) e motivo de TODO o ódio do vilão contra a família de Bete, de trás para frente? Sei.

"Eu sou um moço muito misterioso"
9) O mordomo – Estrela de filmes premiados como “Cão Sem Dono” e “Hotel Atlântico”, Julio Andrade pintou e bordou com seu Arturzinho. Inicialmente apenas um personagem caricato, acabou virando uma figura enigmática graças a interpretação do ator e ganhou até mesmo seu próprio segredo: era irmão de Laura (Adriana Prado).
10) Os assassinatos – Tá, eu concordo, é super divertido ficar especulando quem matou fulano ou beltrano. Mas essa novela virou quase uma chacina nos últimos meses! Que venha “Insensato Coração”, de Gilberto Braga, que, por sinal, também terá um misterioso assassinato. Ih…